PLANOS DIRETORES MUNICIPAIS: BASE PARA AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA

Autores

  • Jacqueline Priscila Olmedo Mestre em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente, pela Universidade de Araraquara, UNIARA, Brasil.
  • Nemésio Neves Batista Universidade Federal de São Carlos

DOI:

https://doi.org/10.59550/engurbdebate.v1i1.102

Palavras-chave:

Avaliação Ambiental Estratégica, Planejamento Urbano, Planos Diretores

Resumo

No processo de planejamento urbano é fundamental a inclusão da variável ambiental visando melhores tomadas de decisão e o desenvolvimento sustentável. As tomadas de decisão em políticas, planos e programas (PPPs) podem ser auxiliadas, de modo estratégico, pelo instrumento Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), de grande utilidade na identificação, prevenção e mitigação de impactos ambientais, particularmente os impactos cumulativos e sistêmicos. Neste trabalho é analisada a aplicação da AAE a planos diretores municipais (PDMs) e feito um estudo de caso do Plano Diretor do Município de Araraquara (PDMA), a partir de revisão de literatura e leitura crítica do mesmo, a fim de verificar a integração da AAE ao processo de planejamento urbano e constatar se o PMDA considera questões ambientais estratégicas para Araraquara, visando o seu desenvolvimento urbano sustentável. Como resultado, são também propostos subsídios e diretrizes para a AAE de PDMs e do PDMA.

Biografia do Autor

Jacqueline Priscila Olmedo, Mestre em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente, pela Universidade de Araraquara, UNIARA, Brasil.

Bacharel em Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo pela USC (Universidade do Sagrado Coração) em 2016. Mestre em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente pela na Universidade de Araraquara (UNIARA) em 2020. Graduanda em Meio Ambiente e Recursos Hídricos pela Faculdade de Tecnologia em Jaú, SP. 

Nemésio Neves Batista, Universidade Federal de São Carlos

Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade de Brasília (1974), mestrado em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos (1979), doutorado em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos (1990) e pós-doutorado em Avaliação de Impactos Ambientais pela Oxford Brookes University (1998). Foi Professor Titular da Universidade Federal de São Carlos e atualmente é Professor Voluntário da Universidade Federal de São Carlos e Docente junto ao seu Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana. Atua também como Professor visitante junto ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Uberlândia, na condição de bolsista Pesquisador Visitante Nacional Sênior da CAPES. É Consultor da área de Ciências Ambientais da CAPES e assessor científico do CNPq e da FAPESP. Tem experiência na área de Engenharia Sanitária e Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: meio ambiente, gestão ambiental, avaliação de impactos ambientais, controle de poluição, resíduos líquidos, tratamento de esgotos e recursos hídricos.

Referências

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9284: Equipamento urbano. Rio de Janeiro: ABNT, 1986.

ACSELRAD, H. Discursos da sustentabilidade urbana. Estudos Urbanos e Regionais, n°.1, maio, 1999.

ARARAQUARA. Plano Diretor do Município de Araraquara: Lei Complementar no 350 de 27 de dezembro de 2005. Institui o Plano Diretor de Desenvolvimento e Política Ambiental de Araraquara. Disponível em: https://www. legislacaodigital.com.br/Araraquara-S P / L e i s C om p l em e n t a r e s / 3 5 0 . Acesso em: 09 dez. 2018.

ARARAQUARA. Plano Diretor do Município de Araraquara: Lei Complementar no 850, de 11 de fevereiro de 2014. Institui o Plano Diretor de Desenvolvimento e Política Ambiental de Araraquara. Disponível em:http://www.araraquara.sp.gov.br/governo/secretarias/desenvolvimento-urbano/paginas-desenvolvimento-urbano/plano-diretor. Acesso em: 09 dez. 2018.

BARREIROS, M. A. F.; ABIKO, A. K. Reflexões sobre o parcelamento do solo urbano. Boletim Técnico, USP. São Paulo, 1998. Disponível em: http://www.pcc.usp.br/files/text/publications/BT_00201.pdf. Acesso em: 17 jul. 2019.

BRASIL. Lei Federal no 6.766/79, de 19 de dezembro de 1979: Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras Providências. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/l6766.htm> Acesso em 19.nov.2018.

BRASIL. Lei Federal no 6.938, de 31 de agosto de 1981: Dispõe sobre a da Política Nacional do Meio Ambiente. Disponível em < http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm> Acesso em 18.nov.2018.

BRASIL. Lei Federal no 10.257, de 10 de julho de 2001: Estatuto da Cidade. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ leis_2001/l10257.htm> Acesso em 19.jan.2019.

BROWN, A. L. e THERIVEL, R. Principles to guide the development of strategic environmental assessment methodology. Impact Assessment and Project Appraisal, v. 18, n. 3, p. 183-189, 2012.

CORDEIRO, C. B. Habitação popular sustentável: estratégias para concepção de empreendimentos habitacionais de interesse popular que atendam critérios das categorias Eficiência Energética e Projeto e Conforto do Selo Casa Azul CAIXA. Brasília: Centro Universitário de Brasília – UNICEUB, 2018.

COSTA, C. W. et al. Monitoramento da expansão urbana, cenários futuros de crescimento populacional e o consumo de recursos hídricos no município de São Carlos, SP. Geociências, UNESP. v. 32, n. 01, 2013. CORREIA, M. M. Avaliação ambiental estratégica: aplicação aos planos municipais de ordenamento do território (Dissertação de Mestrado em Ordenamento do Território e Planejamento Ambiental). Universidade Nova Lisboa, Lisboa, 2009.

CULLEN, G. Paisagem Urbana. Lisboa: Edições 70, Ed. 1, jan. 2008.

DU PLESSIS, C. Agenda 21 for sustainable construction in developing countries. CSIR, Pretoria and CIB, Rotterdam, 2002.

EGLER, P. C. G.; Perspectivas de uso no Brasil do processo de avaliação ambiental estratégica. RevistaParcerias Estratégicas, vol. 6, no. 11, 2001.

FALCOSKI, L. A. N. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Araraquara: Instrumentos urbanísticos inovadores e agenda para uma cidade sustentável. In: BUENO, L. M. M.; CYMBALISTA, R. (Org). Planos

Diretores Municipais: Novos conceitos de planejamentos territoriais. 1a. ed., Annablume, 2007, p. 125-127.

FERNANDES, J. A. R. Urbanismo sustentável: redução, reciclagem e reutilização da cidade. Revista da Faculdade de Letras – Geografia, Universidade do Porto. II série, vol. I, 2007, p. 163-178.

GONÇALVES, L. M.; CARVALHO, C. D. G. O desenvolvimento urbano de Araraquara - SP: a relação entre a produção do espaço urbano e a segregação sócio-espacial. In: XVI Fórum Ambiental da Alta Paulista, 2020, Tupã- SP. Anais do Fórum Ambiental da Alta Paulista. Tupã- SP: ANAP, 2020. v. 1. p. 2170-2186.

GROSTEIN, M. D.; METRÓPOLE E EXPANSÃO URBANA: a persistência de processos “insustentáveis” Revista São Paulo em Perspectiva, 15(1), 2001.

HARVEY, D. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Loyola, 2000.

HOWARD, E. Cidades-Jardins de amanhã. Tradução de Marco Aurélio Lagonegro. 2a.ed. Editora Hucitec Ltda. 2002.

KANASHIRO, M. Da antiga à Nova Carta de Atenas – em busca de um paradigma espacial de sustentabilidade. Desenvolvimento e Meio Ambiente, no. 9, p. 33-37, Editora UFPR, jan./jun. 2004.

LE CORBUSIER. A carta de Atenas. (Tradução de Rebeca Scherer. São Paulo: EDUSP, 1993) Paris, 1957.

LOAYZA, F. Guidance notes for pollution management: strategic environmental assessment. In: World Bank Group. Disponível em:<http://www.worldbank.org/en/topic/environment/brief/strategic-environmental-assessment>, 2013. Acesso em: 08.fev.2019.

MENZORI, I. V.; GONÇALVES, L. M.; KELLNER, E. Configurações urbanas e função socioambiental da cidade: análises sintéticas em Araraquara-SP. In: II SIMPÓSIO NACIONAL DE GESTÃO E ENGENHARIA URBANA: SINGEURB, 2019, São Paulo. Anais. Porto Alegre: ANTAC, 2019.

MORAES, A. F. et al. Reflexões sobre a cidade, seus equipamentos urbanos e a influência destes na qualidade de vida da população. Revista InterThesis, vol. 5, n°. 2, p. 93-200 103, UFSC, Santa Catarina, 2008.

MULLER, H. et al. Guide to strategic environmental assessment in urban planning. Belgrado: AMBERO Consulting, 2015.

OLMEDO, J. P. Subsídios à avaliação ambiental estratégica de planos diretores municipais: o caso do Plano Diretor de Araraquara- SP (Dissertação de Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente, Universidade de Araraquara, Araraquara, 2020.

ONU. Declaração da conferência da ONU no ambiente humano: Capítulo II, princípio 1. Estocolmo, 1972. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/estocolmo>. Acesso em: 20 jun. 2019.

ONU. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – Transformando nosso mundo: a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. 2015. Disponível em < https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2015/10/agenda2030-pt-br. pdf> Acesso em 28.ago.2019.

ONU. Nova agenda urbana, habitação e desenvolvimento sustentável – Habitat III. Quito, 2017. Disponível em: https://nacoesunidas.org/onu-habitat-lanca-versao-em-portugues-da-nova-agenda-urbana/. Acesso em: 23 mai. 2019.

OPPERMANN, P. Estudo da Avaliação Ambiental Estratégica no Brasil em perspectiva comparada – Dissertação (Mestrado). Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo – São Carlos, 2012.

PARLAMENTO EUROPEU. Diretiva 85/337/CEE, de 27 de junho de 1985, relativa à avaliação dos efeitos de determinados projetos públicos e privados no ambiente. Disponível em: < https://eur-lex.europa.eu/legal content/PT/TXT/?uri=CELEX%3A31985L0337>Acesso em 05.09.2019.

PARTIDÁRIO, M. R. Guia de melhores práticas para Avaliação Ambiental Estratégica: orientações metodológicas para um pensamento estratégico em AAE. Lisboa, 2012. Disponível em: https://apambiente.pt/_zdata/AAE/Boas%20Praticas/GuiamelhoresAAE. Acesso em: 12 ago. 2018.

RIOS, L.; FERREIRA, M. F. M. Using GIS techniques to map environmental zones in fragile mountain areas: a case study of the cuestas landforms of Brazil. In: International Cartography Congress, La Coruña, Spain, 2005, p 1-9.

SÁNCHEZ, L. E.; Avaliação ambiental estratégica e sua aplicação no Brasil. Debate rumos da avaliação ambiental estratégica no Brasil, UNESP, São Paulo, 2008.

SANTOS JUNIOR, O. A e MONTANDON, D. T. (Org.). Planos diretores municipais pós estatuto da cidade: balanço crítico e perspectivas. Rio de Janeiro: Letra Capital, Observatório das Cidades, IPPUR/UFRJ, 2011.

SANTOS, N. N. P. A sociedade de consumo e os espaços vividos pelas famílias: a dualidade dos espaços, a ""turbulência"" dos percursos e a identidade social (Tese de Doutorado em Geografia). Universidade de Coimbra, Coimbra, 1999. SAULE JUNIOR, N.; O Direito à Cidade e a Revisão da Lei de Parcelamento do Solo Urbano. In: SAULE JUNIOR, N. (Org.). A perspectiva do direito à cidade e da reforma urbana na revisão da Lei do Parcelamento do Solo. São Paulo: Instituto Pólis, 2008.

SILVA, G. J. A. e ROMERO, M. A. B. Novos paradigmas do urbanismo sustentável no Brasil: a revisão de conceitos urbanos para o século XXI. In: Congresso Luso-Brasileiro para o Planejamento Urbano, Regional, Integrado, Sustentável, 4. Universidade do Algarve, Faro, Portugal, 2010.

SILVA, C. F. R e VARGAS, M. A. M. Sustentabilidade urbana: raízes, conceitos e representações. Revista Scientia Plena, vol. 6, no. 3, Universidade Federal de Sergipe, 2010.

VASQUES, A. C. Sustentabilidade no planejamento urbano. In:

PAGANI, E. A. (Org.). Urbanismo, planejamento urbano e direito urbanístico: caminhos legais para cidades sustentáveis. Uberaba: Ed. Gráfica Cenecista José Ferreira, 2015.

WILLEMAN, C. S. A. Estudo de Impacto de Vizinhança: um instrumento para efetivação do direito fundamental ao meio equilibrado. Revista da Faculdade de Direito de Campos, Ano VIII, no. 10, jun. 2007.

Downloads

Publicado

2020-12-01

Como Citar

Olmedo, J. P. ., & Nemésio Neves Batista. (2020). PLANOS DIRETORES MUNICIPAIS: BASE PARA AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA. Engenharia Urbana Em Debate, 1(1), 184–201. https://doi.org/10.59550/engurbdebate.v1i1.102